Já era prática comum na época usar módulos fotovoltaicos para alimentar cabines de montanha isoladas. Mas fazer uma instalação em grande escala conectada à rede elétrica era um território inexplorado na época, relata Mauro Caccivio. A ideia do projeto TISO era monitorar o desempenho com precisão e consistência, o que levou a uma grande colaboração com o European Joint Research Center, localizado a 50 km de Lugano. Esta ideia marcou o nascimento da investigação solar no Ticino e levou à criação do laboratório fotovoltaico Supsi.
Os 288 módulos vieram da Arco Solar, a primeira fabricante a produzir em escala de megawatts na época. “Os módulos da época vinham diretamente da tecnologia espacial e tinham uma eficiência de 10%,” relata o cientista. O preço por watt dos módulos era 100 vezes maior do que hoje e as células solares eram feitas de resíduos de silício da indústria eletrônica.
Módulos menores, células mais espessas.
Após 40 anos, vestígios de envelhecimento são claramente visíveis em muitos dos módulos. Por exemplo, muitas vezes há problemas de pontos de acesso, causados por conexão abaixo do ideal dos conectores. Além disso, a parte de trás deixa o galpão. No entanto, não é o caso de todos os módulos, segundo Mauro Caccivio. Na verdade, eles vêm de pelo menos três lotes de produção diferentes e um deles era particularmente bom e durável. Um estudo detalhado realizado em 2017 também concluiu que a maioria dos módulos TISO-10 ainda estava fornecendo pelo menos 80% de sua potência inicial.
O diretor explica ainda que os módulos utilizados são menores que os atuais e também contêm células mais espessas. Isso os torna muito robustos. Mas acrescenta que, desde então, os procedimentos de ensaio e certificação e o conhecimento sobre os materiais e o seu envelhecimento melhoraram consideravelmente.